Dolly, a ovelha clonada há um ano e meio, passou á história, Agora, o último grito dos cientistas é clonar ratos – tarefa até há poucos anos considerada uma loucura, porque as células do óvulo daquele roedor são extremamente delicadas e o embrião desenvolve-se muito rapidamente. Teruhiko Wakayama, 31 anos, estudante de pós-doutoramento da Universidade do Hawai, conseguiu o que parecia impossível: trabalhando durante os tempos livres, clonou ratinhos (com uma taxa de êxito de 3%) e, a partir dos clones, voltou a clonar mais ratinhos – peças e mais peças de único molde, como numa linha de montagem. A técnica difere em dois pontos-chave do processo desenvolvido para a Dolly. Primeiro, em vez de usar choques eléctricos para “persuadir” uma célula adulta a ligar-se a um óvulo cujo núcleo foi removido, o japonês injectou apenas o núcleo da célula adulta num óvulo- hospedeiro, sem núcleo. Segundo, deixou a célula híbrida repousar durante seis horas antes de a estimular para começar o processo de divisão. Os cientistas creêm que esta técnica poderá abrir as portas para o desenvolvimento de tratamentos contra o cancro e as doenças do envelhecimento. Os mais cépticos acreditam que esta foi a última porta que se abriu antes da clonagem de seres humanos.
In Visão, 6 de Agosto de 1998
Sem comentários:
Enviar um comentário