7 de junho de 2010

Falta de água em Angra do Heroísmo

A falta de água no concelho de Angra do Heroísmo pode agravar-se, segundo alertas recentes, apesar da situação ocorrida no ano passado ter servido para chamar a atenção dos responsáveis públicos para este problema.

Os últimos dados disponíveis indicam que a pluviosidade nos primeiros meses deste ano é 75 por cento inferior à registada em igual período do ano passado, o que originou uma quebra de 30 por cento nos caudais das nascentes.

Esta situação obrigou os serviços responsáveis a abrir novos furos de captação, para evitar a necessidade de cortes no abastecimento de água como os que ocorreram no ano passado.

Na última metade de 2008, segundo dados dos serviços municipalizados, o concelho de Angra do Heroísmo teve “menos 30 por cento de água disponível para distribuir”.

Na altura, os especialistas justificaram a falta de água com diversos factores, como os sucessivos rebentamentos em pedreiras ou os furos geotérmicos que poderão ter aberto fissuras nos aquíferos, nomeadamente o da zona do Cabrito.

Para além disso, outras situações, como falhas eléctricas nos sistemas de bombagem ou obras na via rápida entre Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, que provocaram rupturas nas condutas, terão levado ao desequilíbrio do sistema e à necessidade de efectuar cortes no abastecimento em várias freguesias do concelho.

Na mesma altura, Cota Rodrigues, investigador da Universidade dos Açores, doutorado em Hidrogeologia, surgiu a defender que a falta de água “se deveu ao prolongamento da época estival” e que, por isso, “seria pontual e não devia ser excessivamente empolada”.

Na perspectiva da oposição, este problema resultou da "falta de investimento" do executivo municipal socialista, segundo o PSD, ou do "desleixo e falta de fiscalização e planeamento", na opinião do CDS/PP.
Para enfrentar o problema, foi implementado um plano de cortes no abastecimento, aplicado por períodos de 24 horas alternados nas várias freguesias, tendo em vista equilibrar o abastecimento de água.

A pressão política e popular, que exige respostas concretas para o problema, levou os responsáveis camarários a procurar respostas junto de Lopo Mendonça, considerado um dos principais especialistas em Portugal na área dos recursos hídricos e lençóis de água.
Para este especialista, a situação resulta de factores um ano hidrológico muito seco, aliado a arroteamentos de terras junto das nascentes de água.

Concluiu o especialista que os arroteamentos junto da Caldeira de Guilherme Moniz-Pico Alto “são uma prática indesejável e prejudicial ao regime de águas”.

Perante estas preocupações, o secretário regional do Ambiente, Álamo Meneses, assegurou que seriam "proibidas" junto à caldeira as arroteias de terras, garantindo ainda a reposição da vegetação natural e, "tanto quanto possível", o fim das pastagens.

Nesse sentido, Álamo Menezes apresentou um plano de medidas para a correcta gestão do abastecimento de água na ilha Terceira, destinado a evitar rupturas e perdas de qualidade.
O plano assenta na “redução do risco de ruptura, no ordenamento do território, na protecção das origens da água e no fomento da gestão integrada dos recursos hídricos”.

Para o efeito, vai-se proceder à “abertura de novos furos de captação e ao aumento da capacidade de armazenamento, através de dois novos reservatórios", estando ainda previsto o "aumento da capacidade de tratamento de água e a melhoria da qualidade da água armazenada”.

Quanto à gestão integrada dos recursos hídricos da ilha, o executivo pretende efectuar a monitorização contínua das nascentes, além de construir duas novas lagoas artificiais e coordenar a captação de água entre os municípios de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória e o Instituto Regional de Ordenamento Agrário (IROA).
Álamo Meneses garantiu ainda que a Câmara de Angra do Heroísmo tem a totalidade da sua rede operacional.

Fonte: Destak.pt

Reflexão: Devem-se administrar os recursos naturiais de forma inteligente, de tal forma que se tenha progresso sem agredir o meio ambiente... Pode ser definida, também, como uma política racional dos recursos naturais, em busca do desenvolvimento sustentável de uma organização. Por outras palavras é gerenciar os recursos oferecidos pela natureza para o desenvolvimento das empresas, indústrias, comércios, entidades, e outros, sem agredir o meio ambiente, ou seja é um modelo de desenvolvimento onde se gera valores capitais e valores ambientais.

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