O Governo da Guatemala disponibilizou esta imagem impressionante, em que se pode ver uma cratera circular de sessenta metros de profundidade que se abriu repentinamente na capital do país, apenas uma hora depois da tempestade tropical Agatha.
O buraco, com 30 metros de diâmetro, engoliu três casas e arrastou até à profundidade pelo menos duas pessoas. Um terceiro indivíduo está desaparecido há centenas de desalojados. Os geólogos, que examinaram o fenómeno, asseguram que a forma circular perfeita sugere a existência prévia de covas subterrâneas. No entanto, ainda não existem respostas concretas para explicar este mistério.
“Posso assegurar o que não é. Não se trata de uma falha geológica nem de um resultado de um terramoto. É tudo que sabemos. Para investigarmos mais temos de descer”, explicou David Monterroso, engenheiro e geofísico da Agência Nacional da Guatemala para os Desastres Nacionais.
Crateras como as da imagem seguinte formam-se em sítios em que o subsolo é rico em calcário, sais ou outras rochas solúveis e que se dissolvem facilmente em contacto com a água.
Neste caso, acredita-se que a tempestade tropical Agatha alimentou uma corrente subterrânea que foi minando e destabilizando o terreno que acabou por se afundar na totalidade.
Sem aviso prévio
Esta classe de fenómenos é relativamente comum na Flórida, Texas, Alabama, Missouri, Kentucky, Tennessee e na Pensilvânia, segundo os dados do Serviço de Vigilância Geológica dos Estados Unidos.
Crateras no solo não costumam ser tão grandes como a que se abriu no fim-de-semana passado |
No entanto, as dimensões do buraco da Cidade da Guatemala são muito maiores que a média.
Além disto, enquanto as outras crateras abrem-se gradualmente, à medida que a erosão vai destruindo o subsolo, a da Guatemala pertence à categoria mais perigosa − os que se abrem de forma súbita e sem aviso prévio.
Conhecem-se casos de buracos deste tipo que engoliram subitamente carros e casas e que inclusivamente chegaram a secar lagos inteiros em questão de minutos.
Aconteceu, por exemplo, com o lago Jackson, na Florida, de 16 quilómetros quadrados e que desapareceu sem deixar rastro em Setembro de 1999.